#FargoEmCasa

A verdadeira selfie 2020 foi um print screen. Se analistas de tendência realmente soubessem de algo, diriam que 2020 não teria pantone do ano: teria pixels! Eis o neo vintage de new normal. Webcam anos 00 aesthetics.

2020 foi um ano de reinvenção, adaptação, mudança e coragem.

2020 foi um ano de reinvenção, adaptação, mudança e coragem.  De uma hora para outra fomos forçados a adiar projetos, suspender planos, refazer a rota e mudar o caminho. O ano em que o mundo parou foi um desafio diário e no meio de tudo isso, eu; você e todos nós perdemos amigos e familiares para a covid.

Já estamos em março após ano de um ano que não aconteceu, mas sigo a esperançar. Embora eu esteja marcando dia a dia, o tempo tem deixado suas marcas de forma diferente. É possível contá-lo em gráficos de vírus, ou acompanhando o Programa Nacional de Vacinação. Dá também pra contar nos simples acontecimentos internos. Eu por exemplo, meço o tempo pela quantidade de conteúdo que consumo nas plataformas de streaming.

Meu mundo está em pixel. “Dar um zoom” agora não é só ampliar uma imagem, é também a ferramenta que uniu digitalmente as pessoas. Metade diversão, metade trabalho. Metade roupa de reunião, metade pijama. Metade falando, metade áudio travado. Aprendi com o Zoom Meetings que é possível estar longe e tão perto ao mesmo tempo. Nesse novo momento a plataforma tem sido pra mim o mais importante canal de conexão e aproximação.

A Cultura precisou se reinventar e criar novas alternativas e dinâmicas para atender as necessidades do mercado.

Diante do cenário atual o uso das ferramentas digitais segue a minimizar os efeitos do isolamento social e hoje estamos familiarizados com as reuniões por videoconferência, o armazenamento em nuvem, o trabalho remoto, home office, gravação e transmissão de vídeos ao vivo, aulas e eventos on-line.

Num momento sem precedentes e, já vivendo dificuldades, com muita criatividade; a Cultura precisou se reinventar e criar novas alternativas e dinâmicas para atender as necessidades do mercado. Em meio ao movimento do #FiqueEmCasa, o setor um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, foi forçado a mudar a forma de oferecer arte e entretenimento. A transição das atividades para o ambiente virtual é uma realidade, esse novo modelo veio para ficar.

A FARGO deste ano tem novo formato… Um passeio virtual, do conforto da sua casa, onde o visitante é guiado pelo percurso sem pressa.

Ninguém mais pode negar a importância e a relevância da cultura. Nesse momento, muitas pessoas tem usufruído e consumido arte como forma de manter a rotina e a mente equilibradas. A arte é essa grande terapia, esse transbordar de sentimentos e emoções. Um caminho de transformação, desenvolvimento e crescimento.

E o que fazer para consumir cultura, experimentar possibilidades, movimentar a economia, impulsionar as artes locais e estimular os artistas? Como reverter o cenário desfavorável da cena cultural, sem colocar a saúde em risco?  Foi preciso repensar.

Num calendário tomado por cancelamentos, a 3ª FARGO 2020 precisou ser adiada e ela ganha em 2021 cara nova. A FARGO deste ano tem novo formato e é virtual. Sabemos que o sucesso de qualquer feira de arte é aglomerar pessoas em seus espaços de visitação, mas a proposta é um convite de despertar do olhar, um novo olhar, o olhar demorado para a arte. Um passeio virtual, do conforto da sua casa, onde o visitante é guiado pelo percurso sem pressa.

Quantas demoras a vida têm nos proporcionado? Há quanto tempo você não se demora em algum lugar? A FARGO VIRTUAL construída com tanto cuidado para ser som, imagem, luz, narrativa, sensação, encontro, promete ser uma experiência, um acontecimento, uma celebração, uma construção para os olhos, ouvidos e corações.  Eu estou ansiosa e me preparando para reconectar com a feira e toda a sua cadeia produtiva. Dessa vez pela tela preta, mas com cor e brilho que me fazem lembrar da importância da presença.

Num futuro, quando contar sobre um período esquisito, não direi que foi tempo de aprendizado, sabático ou teve lado bom. Mas me nego a falar de ano perdido, que não existiu. Existiu profunda e inesquecívelmente.

Faço um convite a espiar pelo olho mágico, a FARGO VIRTUAL. A feira promete dias de acalmar os olhos e o coração.

Esse momento de silêncio, distanciamento e recolhimento está sendo pra mim o momento pra gestar o novo, experimentar o novo, novas possibilidades, novos sons, novas imagens; mas também um novo amanhã. Essa solidão coletiva só deixa mais claro que não se constrói nada sozinho e eu fico muito feliz em saber que até aqui em vim muito bem acompanhada de arte e poesia.

Estou com muitas saudades de tudo, do que já foi e do que vamos construir quando tudo isso passar. Por isso faço um convite a espiar pelo olho mágico, a FARGO VIRTUAL. A feira promete dias de acalmar os olhos e o coração. Dias de celebrar a arte, olhar para as coisas devagarinho, mudar o ritmo frenético desse momento.

A organização da feira está impecável, a comunicação democrática e além de toda a sua imensidade cultural, o novo formato ampliou seu público e todo o conteúdo é inclusivo, com ferramentas de acessibilidade. 

Obrigada Arte Plena Produção por ser um farol nesses tempos difíceis. Por amor à arte, ao ofício, fizeram uma cena inteira crescer e florescer através das suas vitrines, da sua curadoria.

A gente está esperando dias melhores, abraços apertados, coração acelerado, olhos vibrantes. Enquanto a gente espera, vamos fazendo nossos dias melhores com muita arte.

A abertura da feira é o caso de se preparar pra festa. Separei o link, o look, os drinks, o som e a tela. A feira virtual será um lindo encontro online de grandes ideias, pensamentos e expressões.

Vem dar match na #FargoEmCasa.

Retrato Anapaula Meirelles pela artista plástica Daniela Ktenas, bordado sobre tela, 2015.

Anapaula Meirelles

“Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara.” Relações públicas, cozinheira, consumidora de arte, vinho e conteúdo digital. Coleciono momentos e plantas. Gosto de ler um punhado de palavras que abrem janelas no coração. Minha esperança é igual café,  quando acaba faço mais.

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